Carolina Maria de Jesus, pioneira da literatura marginal
Não digam que fui rebotalho,
que vivi à margem da vida.
Digam que eu
procurava trabalho,Digam ao povo brasileiro
que meu sonho era ser escritora,
para pagar uma editora.
mas fui sempre preterida.
mas eu não tinha dinheiro
Em 1958, o repórter Audálio Dantas estava
na favela do Canindé, às margens do rio Tietê, em São Paulo, para uma
reportagem sobre um parque infantil, quando se deparou com uma mulher negra de
43 anos que gritava: “Onde já se viu uma coisa dessas, uns homens grandes
tomando brinquedo de criança! Deixe estar que eu vou botar vocês todos no
meu livro!” Curioso, o jornalista foi atrás dela e descobriu uma
escritora: Carolina Maria de Jesus, que ficaria conhecida mundialmente por Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, clássico
da nossa literatura.
Lançado em
agosto de 1960 pela Livraria Francisco Alves e editado oito vezes no mesmo ano,
chegou a mais de 80 mil exemplares vendidos, numa época em que vendia-se, em
média, quatro mil exemplares.
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